segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cordel na Feira (Sesc - Crato)



                                Zumbi dos Palmares


Na história do Brasil
Faz gosto a gente ler
A vida do grande herói
Que lutou até morrer
Aqui não peço segredo
Registro então sem ter medo
Sonhou um dia vencer.

Foi na era de seiscentos
Que nasceu esta criança  
No ano cinqüenta e cinco
Seus pais tinham esperança
Naquela comunidade
Não reinava falsidade
Só apenas confiança.

Antes dos seus sete anos
Foi feito prisioneiro
Por soldados portugueses
Pra morar no estrangeiro
Ao Porto Calvo levado
Portanto fora do estado
Pensava em fugir ligeiro.

Com o padre jesuíta
O menino foi criado
Com o nome de Francisco
Certamente batizado
Lá viveu por alguns anos
Claro que tinha seus planos
Eu pesquisei com cuidado.

Hoje lancei um cordel
Projeto cordel na feira
Pelo Sesc, lá no Crato
No canal quase na beira
Foi o Zumbi dos Palmares
Que não conheceu andares
Digo mesmo que não queira.



Conheci o Tranquilino
Sobrenome Repuxado
Uma figura engraçada
E sempre será lembrado
É um artista da terra
Canta e brinca e não erra
Na feira é admirado.

                   
Fiquei feliz por demais
Pois vi muita animação
Muitos poetas alegres
Com bastante inspiração
De Exu, o sanfoneiro
E também um violeiro
Que não tem comparação.

sábado, 26 de novembro de 2011

Homenagem Especial

                             Homenagem Especial


                       Minha Mãe, Minha Mãezinha

Encontro uma cena triste
Ao chegar do Juazeiro
Vinha com Nilton e Eugênia
Numa tarde de janeiro
A minha querida amada
Doente, muito calada
E deitada o dia inteiro.


Em casa pedia um médico
Para ser bem receitada
Na hora, não encontraram
Ficou na cama deitada
Estava perto da hora
Minha mãe, minha senhora
Doente desanimada.


Partindo, deixou saudade
E foi triste a despedida
Foi dia dez de janeiro
Chorando, fiquei perdida
Ano de dois mil e quatro
Chegamos até ao Crato
Precisou ser transferida.


Há sete anos partiu
Minha querida mãezinha
No meu carro, na estrada
Era bem de manhãzinha
No caminho de Barbalha
O tal trânsito atrapalha
Deu adeus, partiu sozinha.




Com saudade e com os olhos lagrimejando,
consegui fazer esta homenagem pra mamãe!




             APRESENTAÇÃO


      O segundo domingo de maio foi o dia escolhido
para ser o “Dia das Mães” e este cordel foi a
forma encontrada para homenagear essas mulheres
que tiveram o privilégio de conceber um filho.

     Francisca Rodrigues de Sousa, minha avó, foi
 a fonte de inspiração para a realização  desse
trabalho, pelo exemplo de mulher e de mãe que
ela representou para nós.

    Mãe, você está e sempre estará de parabéns
por todas as suas realizações, como pesquisadora
e poetisa; e este lindo cordel é emocionante,
pois toca o coração de qualquer pessoa que
ama de verdade a mãe que tem.


                    Eugênia Rodrigues Ferreira
                    (Filha)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cordel: Patativa do Assaré

 
                                PATATIVA DO ASSARÉ

História de Vida

O Brasil todo conhece
Ele foi um autodidata
E grande poeta lírico
A rimar dentro da mata
Não gostava de barulho
Dizia sem ter orgulho
Que não usava gravata.

Nasceu a cinco de março
Assareense serrano
Mil novecentos e nove
Confesso aqui, não me engano
Com bastante inteligência
Tinha muita paciência
Em cada dia do ano.

Eu quero homenagear
Um homem inconfundível
Antonio Gonçalves Silva
Grande poeta sensível
Na Serra, ele nasceu
Dois mil e dois faleceu
Ficou dia inesquecível.

Em casa todos chamavam
Antonio de Sinhozinho
Mil novecentos e doze
O tratavam com carinho
Foi também um carismático
Porque não dizer fantástico
Este menino bonzinho.

Mil novecentos e treze
No tempo de dentição
E tendo conjuntivite
Perdendo sua visão
Foi naquele olho direito
Não considerou defeito
Digo aqui com precisão.

Um belo dia na feira
Viu folheto de cordel
Teve grande sentimento
E nem pensou em carrossel
Aos oito anos de idade
Sentindo a felicidade
Que tinha gosto de mel.



Uma mostra do cordel.



 Ministério da Cultura


                                   APRESENTAÇÃO

      Foi com propriedade que a poetisa Antonia
Rodrigues dispôs a todos o seu conhecimento
sobre a história da vida de Patativa do Assaré.
Esse cordel torna-se uma importante fonte  de
pesquisa, pois a autora além de respeitar a or-
dem  cronológica dos fatos, retratou de forma
fidedigna os sentimentos tanto do poeta   com
relação à sua terra e a sua gente, como do povo
em relação a esse grande artista.
     Companheira na profissão de professora e,
assim como eu, amante da cultura popular  nor-
destina, essa mulher tem feito um trabalho    de
formiga: constante e discreto.  Agora, premiada
pelo Ministério da Cultura pela participação    no
“Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel”   –
Edição Patativa do Assaré – 2010, terá o merecedor
apoio para publicar e divulgar esse trabalho.
  
    Parabéns e seja bem vinda à simplicidade do
encantador mundo do cordel.

                                                                           Profª Francy Freire